1.916
“Esta exposição reúne 23 trabalhos do artista carioca, entre pinturas e objetos, articulados em torno da instalação monumental 1.587, constituída por duas grandes telas suspensas no átrio da Fundação, postadas frente a frente, cujas lonas são lençóis usados em um motel carioca e no INCA (Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro). O título da obra decorre do cálculo de pessoas que passaram por esses lençóis ao longo de seis meses, em ambos estabelecimentos. Os números das presenças/ausências impregnadas nos tecidos foram alcançados com a ajuda de um matemático, e nomeiam cada face da instalação: “Branco 237” refere-se à movimentação no hospital, enquanto “Branco 1.350”, no motel. Somadas, essas cifram atingem 1.587 dramas e êxtases de desconhecidos amalgamados nesta obra de aspecto solene e vertiginoso. Em Porto Alegre, contudo, por questões de adequação ao espaço, vemos uma versão reduzida do trabalho original, intitulado 2.892, criado no final da década de 1990 e exibido apenas em 2011, na Casa França-Brasil, Centro do Rio.”
(trecho do texto “Antes da Palavra, paisagens e ações”, 2019 de Daniela Labra)